Wagner articula base aliada para conter reação ao aumento do IOF e minimizar desgaste político

Senador Jaques Wagner – Foto: Raphael Muller / Ag. A TARDE

Diante da repercussão negativa no mercado financeiro após o aumento das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o senador Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, está mobilizando a base aliada para alinhar o discurso e reduzir o impacto político da medida. Um encontro com líderes do Congresso está marcado para este domingo (9), com o objetivo de discutir estratégias de comunicação e reforçar a narrativa do governo.

As novas regras, em vigor desde maio, afetam operações de câmbio, planos de previdência VGBL e crédito empresarial. Embora não alterem a tributação para pessoas físicas ou operações via Pix, as mudanças impactam diretamente viagens internacionais e o custo do crédito para empresas. A estimativa é que o ajuste gere R$ 18,5 bilhões em arrecadação em 2025 e R$ 37 bilhões em 2026 — um reforço necessário diante de um orçamento considerado engessado pelo próprio Executivo.

Em entrevista à rádio A TARDE FM nesta sexta-feira (6), Wagner minimizou o desgaste político e afirmou que o aumento não tem reflexo direto sobre a maioria da população. “O IOF não bate na pessoa comum. Quem se incomoda são os que têm acesso ao sistema financeiro — e, geralmente, têm muito dinheiro. A classe média baixa sequer lida com esse tipo de operação”, afirmou.

O senador também usou o momento para defender uma ampla reforma tributária, apontando as distorções no sistema atual. “No Brasil, quem tem menos paga proporcionalmente mais. Alguém que ganha até cinco salários mínimos paga o mesmo imposto que um empresário ao comprar arroz, feijão ou carne. Isso é profundamente injusto. Precisamos de um modelo mais equilibrado e progressivo”, destacou.

A medida, embora tecnicamente defendida como necessária para ampliar a arrecadação em um cenário de contenção de gastos, gerou insatisfação entre setores econômicos e dentro do próprio Congresso. O encontro de Wagner com os líderes da base visa justamente reduzir resistências e fortalecer o discurso de que o reajuste é pontual e voltado a segmentos de alta renda. Fonte: A Tarde

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