Sondagem histórica para Ponte Salvador-Itaparica atinge 200 metros de profundidade e marca avanço inédito na engenharia brasileira

Ponte é a primeira a chegar a 200 metros de profundidade no Brasil  |    Kiko Silva

Um marco inédito na engenharia nacional foi alcançado com a conclusão da sondagem geotécnica para a construção da Ponte Salvador-Itaparica, apresentada nesta sexta-feira (4) pelo Governo da Bahia e pela Concessionária responsável pelo projeto. Em um feito sem precedentes no Brasil, a investigação do solo chegou a 200 metros de profundidade na Baía de Todos-os-Santos (BTS), coletando amostras intactas para garantir a precisão no projeto das fundações da estrutura.

A operação, realizada ao longo dos últimos 12 meses, envolveu 105 perfurações em terra e no mar — desde águas rasas até o canal central, onde a lâmina d’água alcança 67 metros. O trabalho utilizou equipamentos de alta tecnologia importados da China, incluindo sistemas de compensação de ondas, e mobilizou três balsas e uma plataforma de perfuração.

O levantamento revelou características geológicas variadas ao longo do trajeto, com solos mais recentes e rochas resistentes próximos à Ilha de Itaparica e sedimentos mais antigos e heterogêneos no trecho rumo a Salvador. Os dados coletados agora permitirão à Concessionária finalizar o projeto das fundações da ponte, um dos passos decisivos para o início das obras.

O investimento de R$ 200 milhões também fomentou a economia baiana, com a geração de 300 empregos diretos e a participação de mais de 20 empresas locais. Segundo o superintendente de planejamento da Seinfra, Mateus Dias, o projeto terá forte impacto no desenvolvimento regional, impulsionando setores como turismo, comércio, logística e mobilidade.

Durante a apresentação dos resultados à comunidade acadêmica, representantes da UFBA, CREA-BA, Sinduscon e outras entidades elogiaram a robustez técnica do trabalho. Para a professora Ana Santana, do departamento de geologia da UFBA, o estudo representa um avanço importante tanto para a ciência quanto para a sociedade: “É uma geologia desafiadora, mas bem conduzida. A ponte vai encurtar distâncias e trazer benefícios significativos para a Bahia”, avaliou. fonte: Bocão

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