O laboratório Patologia Clínica Doutor Saleme (PCS-Saleme), sob investigação pela contaminação de seis pacientes transplantados com HIV, possui entre seus sócios Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, primo do ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro, Doutor Luizinho, atual deputado federal e líder do PP na Câmara dos Deputados.
Outro acionista da empresa é Walter Vieira, que é casado com a tia de Luizinho. Ambos chegaram a participar de campanhas eleitorais em apoio ao deputado. Além disso, a irmã de Luizinho, Débora Lúcia Teixeira, trabalha na Fundação Saúde, a mesma organização que assinou o contrato com o laboratório. Durante o período em que o contrato foi firmado, Doutor Luizinho estava à frente da Secretaria de Saúde e, segundo informações obtidas pelo G1, teria mantido influência sobre as decisões da pasta mesmo após deixar o cargo. Ele foi secretário de 2016 a 2018 e entre janeiro e setembro de 2023. Entre 2022 e 2024, o laboratório recebeu R$ 20 milhões em pagamentos, de acordo com o Portal da Transparência.
Em um comunicado, Doutor Luizinho declarou que conhece o laboratório há mais de três décadas e lamenta profundamente o incidente. Ele também expressou o desejo de que as investigações sejam concluídas rapidamente, com punições rigorosas para os responsáveis pela contaminação.
O caso envolve seis pacientes que aguardavam transplantes na Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) e que, após receberem os órgãos, testaram positivo para HIV. O incidente é inédito no Brasil. A Secretaria de Saúde classificou o episódio como “sem precedentes” e destacou o histórico de sucesso do serviço de transplantes no estado, que salvou mais de 16 mil vidas nos últimos 18 anos.
A Anvisa revelou que o laboratório não possuía kits para exames de sangue e não apresentou comprovantes de compra dos materiais necessários, levantando suspeitas de que os testes poderiam não ter sido realizados adequadamente ou os resultados, manipulados. fonte: bahia Noticias