Brianne Cullen fumou vape, por três anos, para aliviar os sintomas da ansiedade – Foto: Reprodução Redes Sociais.
O uso contínuo de cigarros eletrônicos causou danos irreversíveis à saúde de Brianne Cullen, uma adolescente de 17 anos que vive nos Estados Unidos. Após três anos fumando vape, ela foi diagnosticada com bronquiolite obliterante, uma condição pulmonar rara e grave, popularmente conhecida como “pulmão de pipoca”.
Brianne começou a usar os dispositivos aos 14 anos, em segredo, na tentativa de aliviar a ansiedade provocada pela pandemia. Segundo relatou ao site People, ela acreditava que o vape a ajudava a relaxar. No entanto, em janeiro deste ano, durante um treino de líder de torcida, sentiu uma falta de ar intensa e precisou ser levada ao hospital. Os exames revelaram que a doença já estava em estágio avançado.
A mãe da jovem, Christine Martin, ficou devastada ao descobrir o diagnóstico e o histórico de uso do cigarro eletrônico. “É assustador pensar que algo tão comum entre os adolescentes pode causar danos permanentes”, afirmou.
Desde então, Brianne passou a depender de inaladores e acompanhamento médico contínuo. Ela também precisou se afastar do grupo de líderes de torcida e interromper qualquer atividade física. “Se eu pudesse voltar no tempo, jamais teria começado. Quero que outros jovens saibam que isso pode acontecer com qualquer um”, disse a adolescente.
A família agora espera que o caso de Brianne sirva como um alerta para pais e jovens sobre os riscos do vaping. “Precisamos falar mais abertamente sobre isso”, reforçou Christine.
O que é a bronquiolite obliterante?
Trata-se de uma inflamação nos bronquíolos, que causa cicatrizes e bloqueia a passagem do ar. A doença ganhou o apelido de “pulmão de pipoca” após casos em trabalhadores de fábricas de pipoca para micro-ondas, expostos ao diacetil — substância presente em muitos líquidos de vape.
Situação no Brasil
No Brasil, a comercialização, importação e propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar são proibidas desde 2009, conforme determinação da Anvisa. A proibição foi mantida na atualização mais recente do regulamento, em abril de 2024. No mesmo ano, mais de 80 entidades médicas reforçaram os alertas sobre os riscos do uso desses produtos, incluindo doenças respiratórias, cardiovasculares, câncer e dependência. fonte: A Tarde