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A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PC-RJ) deu início à Operação Verum, visando a prisão de quatro indivíduos investigados no escândalo dos transplantes de órgãos contaminados pelo vírus HIV. Seis pacientes que estavam na fila de transplantes da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) receberam órgãos de dois doadores infectados e recentemente testaram positivo para o vírus.
Segundo informações obtidas pelo G1, nesta segunda-feira, duas prisões foram efetuadas. Um dos detidos é Walter Vieira, sócio do laboratório PCS Lab Saleme, identificado pelo governo como o principal responsável pelo erro que resultou nas infecções. Ginecologista e responsável técnico pelo laboratório, Vieira teria assinado um dos laudos que apresentava resultado falso-negativo para HIV. Além disso, ele é tio do deputado federal Dr. Luizinho (PP), ex-secretário de Saúde do Estado em duas ocasiões: de 2016 a 2018 e em 2023. O segundo preso foi Ivanilson Fernandes dos Santos, também envolvido na emissão dos laudos. Os investigados enfrentam acusações de crime contra as relações de consumo, associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documentos e infração sanitária. Em nota, os advogados que defendem os sócios do laboratório afirmaram que estes estão dispostos a prestar todos os esclarecimentos à Justiça.
A PC-RJ informou que as investigações apontam que os laudos, supostamente adulterados por uma quadrilha, induziram as equipes médicas a realizarem os transplantes com órgãos contaminados, o que levou à infecção dos pacientes. Um dos pacientes faleceu, sendo que as causas da morte ainda estão sob apuração. A corporação também investiga se o laboratório em questão teria falsificado laudos em outros casos, além dos ocorridos nos transplantes. O PCS Lab Saleme prestava serviços a mais de 10 unidades de saúde do estado.