Papa Francisco teria ficado ‘nervoso’ após pergunta da jornalista brasileira | Reprodução / Redes sociais
Durante a cobertura do funeral de um líder da Igreja Católica neste sábado (26/04), a jornalista Ilze Scamparini, correspondente da TV Globo em Roma, reviveu um dos momentos mais marcantes de sua carreira: a pergunta que fez ao Papa Francisco e que resultou na histórica resposta “Quem sou eu para julgar?”, ao tratar da comunidade LGBTQIA+.
Ilze relatou que o episódio aconteceu há doze anos, durante uma coletiva de imprensa a bordo do avião papal. Movida por uma forte intuição, ela insistiu para conseguir fazer sua pergunta, mesmo depois de o porta-voz do Vaticano anunciar o encerramento da entrevista. “Dois colegas brasileiros cederam seus lugares para mim. Fiquei bastante tempo com o braço levantado até que, ao perceber, o Papa pediu que eu falasse”, contou.
Antes de iniciar sua pergunta, a jornalista pediu licença para abordar um tema sensível. Francisco, com semblante sério, consentiu. “Naquele momento, percebi que ele ficou embaraçado, um pouco nervoso. Era a primeira vez que se perguntava diretamente a um Papa sobre os homossexuais”, recordou. A resposta de Francisco — “Quem sou eu para julgar?” — repercutiu imediatamente e foi considerada um marco de mudança na postura da Igreja diante do tema, gerando apoio entre progressistas e resistência entre setores ultraconservadores.
Após o diálogo, Ilze revelou ter recebido um agradecimento pessoal do Papa, embora ele já demonstrasse um semblante mais sério. “Sentei-me na cadeira do avião com uma forte emoção. Então, senti alguém apertar meu braço. Era o padre Lombardi, porta-voz do Vaticano, que me tranquilizou dizendo que o Papa havia gostado da pergunta”, relembrou.
O impacto daquela declaração atravessou fronteiras e permanece até hoje como um divisor de águas no debate interno da Igreja Católica, refletindo o desafio de Francisco em equilibrar tradição e mudanças em uma instituição milenar. fonte: Bocão