Facções ditam regras e expulsam famílias em Maranguape, Ceará

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A cidade de Maranguape, no Ceará, considerada a mais violenta do Brasil em 2024, enfrenta uma grave crise de segurança com a expansão e atuação de múltiplas facções criminosas. Grupos como o Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV), Guardiões do Estado (GDE) e Massa Carcerária impõem regras rígidas, controlando o cotidiano da população e gerando um ambiente de medo e restrições.

Conforme dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, Maranguape registrou uma alarmante taxa de 79,9 mortes violentas intencionais por 100 mil habitantes em 2024, a maior do país. A chegada do CV e do PCC ao Ceará nos anos 1990 intensificou a disputa territorial, alterando drasticamente a vida dos moradores.

As facções utilizam pichações em muros para demarcar territórios e, segundo Jânia Perla Aquino, professora da Universidade Federal do Ceará, a facção que “toma o comando” apaga a sigla inimiga e estampa a sua. A influência criminosa vai além, determinando até mesmo cores de roupas, cortes de cabelo e gírias, com punições para quem desrespeita essas “regras”.

A criminalidade atingiu um ponto crítico onde crianças são impedidas de estudar em escolas localizadas em bairros dominados por facções rivais. A professora Aquino ressalta que “um simples trajeto até uma UPA pode virar risco à vida. É um cotidiano de luto e restrição, onde o toque de recolher imposto pelo crime chega a impedir até ônibus de circular ou moradores de ir à praia”.

Além das pichações, as facções empregam vídeos e mensagens de WhatsApp para disseminar suas ordens e manter o controle sobre a comunidade. Fonte: Bocão News

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