foto: divulgação
Um áudio divulgado nesta terça-feira (22) revelou o teor abusivo da relação entre o advogado baiano João Neto e sua companheira. Na gravação, ele critica a roupa da mulher antes de ela sair para a academia, faz acusações de exibicionismo e chega a expulsá-la de casa, afirmando: “Seus comportamentos estão de put*”.
Preso preventivamente, João Neto permanece custodiado na Penitenciária Baldomero Cavalcante de Oliveira, em Alagoas. A defesa do advogado chegou a solicitar habeas corpus, argumentando que ele possui residência fixa e bons antecedentes, mas o pedido foi negado pelo desembargador Carlos Cavalcanti de Albuquerque Filho. O magistrado destacou a necessidade de preservar a integridade da vítima e a ordem pública.
Diante da repercussão nacional, a Ordem dos Advogados do Brasil abriu uma investigação disciplinar. A OAB Bahia, em conjunto com a seccional de Alagoas, afirmou que João Neto poderá ter seu registro cassado, caso as acusações sejam confirmadas. Em nota, a entidade reforçou seu posicionamento: “A OAB Bahia e seu Tribunal de Ética e Disciplina (TED) repudiam veementemente toda e qualquer forma de violência contra a mulher”.
O passado do advogado também voltou à tona: ele foi desligado do curso de formação da Polícia Militar da Bahia há cerca de 15 anos, após denúncias de agressão e conduta irregular. Embora se apresente como ex-policial nas redes sociais, João Neto nunca atuou oficialmente na corporação. Especialistas explicam que, apesar da falsa identificação, ele não deve ser enquadrado por falsidade ideológica, já que não há indícios de que tenha utilizado essa alegação para obter benefícios ou cometer fraudes.
O caso segue em investigação e reforça os debates sobre violência psicológica e responsabilização de agressores no Brasil. fonte: Informe baiano