Porta de entrada da Colômbia, Bogotá surpreende com sua cultura, culinária e história

O cruzamento da Avenida Jimenez com a Carrera Septima, em frente à Iglesia de San Francisco, do século 16, a igreja restaurada mais antiga de Bogotá.Getty Images.

Neste giro pela capital colombiana, conheça restaurantes que valem a vista, um museu dedicado a Fernando Botero e todos os bairros que precisam estar no seu roteiro.

Você provavelmente já ouviu falar que a Colômbia tem praias paradisíacas, um dos cafés mais prestigiados do mundo e um sucesso de revitalização que transformou as favelas de Medellín em um polo cultural e turístico; entretanto, muitos turistas cometem um erro grave ao visitar a Colômbia: passar batido pela capital Bogotá.

A cidade concentra alguns dos museus mais importantes do mundo, tem diversidade cultural, alta gastronomia e une modernidade e tradição nesta, que é uma das capitais mais descoladas da América Latina.

A maior cidade da Colômbia tem mais de 6 milhões de habitantes, é a terceira capital mais alta do mundo – fica a 2.640 metros do nível do mar – e com isso preserva um clima friozinho, e por vezes chuvoso.

O período mais seco vai de dezembro a fevereiro e de junho a setembro. Porém, a CNN visitou a cidade em maio e o sol contemplou os passeios todos os dias.

Bogotá surpreende pela limpeza, segurança e a modernidade. As ruas são bem policiadas, o povo é hospitaleiro e a infraestrutura para o turismo é convidativa.

Centro histórico

A Catedral Primada, a primeira da cidade, datada de 1539/ Anna Gabriela Costa

A Candelária é sem dúvidas o coração da cidade, o bairro reúne as principais atrações turísticas e preserva a tradição colombiana.

Repleta de casas coloniais e monumentos históricos, ali parece que a cidade parou no tempo e manteve o charme que é tão apreciado na arquitetura tradicional latino-americana, com traços da colonização espanhola.

Os principais prédios públicos também ficam aqui; na Praça Bolívar está o Congresso Nacional, o Palácio da Justiça e a Catedral Primada, a primeira da cidade, datada de 1539.

No centro da praça, que é palco para as principais manifestações políticas da cidade, há uma estátua em bronze de Simón Bolívar, líder de movimentos da independência em cincos países: Colômbia, Venezuela, Equador, Peru e Bolívia.

Também na Candelária, é possível visitar a “Quinta de Bolívar”, uma casa histórica que pertenceu ao libertador por 10 anos, desde 1821. Uma visita cheia de história que vale a pena, principalmente aos curiosos pela história de colonização, guerras e conquistas na América Latina.

Outro ponto que deve ser visitado é o “Chorro de Quevedo”, que os historiadores dizem ter sido construída em 1538 e seria a primeira praça da cidade.

Região de Chorro Quevedo, o “Beco do Batman” de Bogotá / Anna Gabriela Costa

O local reúne diversos universitários e artistas de rua, é sem dúvida um dos pontos mais descolados para se visitar. Nos casarões coloniais em seu entorno, é possível experimentar a chicha, bebida fermentada à base de milho e outros cereais, produzida pelos povos indígenas da Cordilheira dos Andes desde a época do Império Inca.

A praça também tem uma capela charmosa e aberta à visitação, além disso, o Chorro Quevedo é a “porta de entrada” para uma galeria de grafites bem ao estilo Beco do Batman, em São Paulo.

Cerro Monserrate

Um passeio pelo Cerro Monserrate é obrigatório durante visita a Bogotá, na Colômbia/ Anna Gabriela Costa

A visita imperdível a se fazer em Bogotá é o Cerro Monserrate, comparável ao nosso bondinho do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. O local fica a 3.150 metros acima do mar, e é possível subir de bondinho, de funicular ou, se o preparo físico estiver em dia, pode-se chegar ao topo a pé.

Os moradores locais adoram ver o amanhecer do Monserrate, por isso, é comum o movimento mais intenso na trilha que leva ao pico ser nas primeiras horas da manhã. Embora, a subida pelo teleférico ou o funicular seja também uma boa opção.

Vista impressionante para  Bogotá direto do Cerro Monserrate/ Anna Gabriela Costa

A vista de cima é impressionante, dá para ver toda a cidade. Além de apreciar a paisagem e tirar muitas fotos, no local é possível visitar a Basílica do Senhor de Monserrate, datada de 1640, além de restaurantes e uma feirinha que vende artesanatos locais. Dá para passar algumas horas visitando a atração, é um passeio inesquecível.

Cultura

Museu do Ouro

São mais de 54 mil objetos de ouro em exposição no museu em Bogotá/ Anna Gabriela Costa

Considerado um dos maiores e mais importantes museus do ouro do mundo, o acervo inclui 54.000 objetos e o local é considerado Patrimônio Histórico e Arqueológico Colombiano.

Segundo informações fornecidas pelo museu, entre os objetos arqueológicos preservados é possível encontrar trabalhos em ouro e prata, cerâmicas, líticos, conchas, madeiras, tecidos e outros materiais trabalhados pelos indígenas pré-hispânicos ou dos tempos da Conquista e Colônia Espanhola. As peças são uma amostra representativa da vida e obra das culturas que trabalharam nos metais no território colombiano, por 2.500 anos.

Casa Botero

Casa Botero é uma homenagem a um dos maiores artistas do país, Fernando Botero/ Anna Gabriela Costa

Atração gratuita, o museu Casa Botero é um deleite aos apaixonados pelo traço único de um dos maiores artistas contemporâneos da Colômbia e do mundo: Fernando Botero.

São 208 obras, 123 de autoria de Botero e 85 de artistas internacionais de destaque, como Picasso, Monet e Salvador Dalí.

O museu Casa Botero está entre as cinco mais importantes coleções públicas de arte internacional da América Latina. Uma vez lá, é possível ver toda a criatividade do artista, que trabalhava com a sensualidade nas formas e volume, combinando tudo com certa ironia e respeito pelos temas colombianos.

Centro Cultural Gabriel Garcia Márquez

Não há como falar de Colômbia, sem falar de Gabo. Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura, o escritor Gabriel Garcia Márquez é um dos maiores nomes da literatura latino-americana.

Vários de seus romances descrevem a Colômbia, seja para cenários românticos, como “Amor nos Tempos de Cólera”, ou para a narrativa do período dominado pelas forças de guerrilhas, como no livro “Notícias de um Sequestro”.

Para homenagear o escritor, Bogotá presenteia os moradores e os visitantes com o Centro Cultural Gabriel Garcia Márquez, um espaço voltado para a arte com exposições, museus, cafeteria e uma grande livraria que tem uma seção toda dedica ao escritor. Uma chance imperdível de comprar um título no idioma original.

Gastronomia

Quando falamos em gastronomia, as cidades da América Latina nunca decepcionam, e em Bogotá não é diferente.

Se o seu estilo for mais de apreciar “comida de rua”, não deixe de provar as tradicionais arepas – massa feita de milho, geralmente recheada com queijo – e de sobremesa prove as obleas, wafer bem fininho, com recheio de doce de leite (ou o que mais a criatividade permitir). No quesito sopas, duas são imbatíveis: ajiaco, com batata e galinha, e a sopa de mote de queso, tradicional do Caribe colombiano.

Dentre as redes colombianas, duas são imperdíveis e muito bem recomendadas: o café Juan Valdez e a rede Crepes & Waffles, que além dos tradicionais crepes, traz uma variedade de paletas e sucos maravilhosos – não deixe de provar a limonada com coco, um clássico colombiano.

A alta gastronomia se concentra na Zona G, um conjunto de ruas que reúne alguns dos melhores restaurantes da cidade. A Candelária e outras áreas também trazem ótimas opções, é ali que os locais comem, como nas feiras ao estilo “mercadão de São Paulo”, e na renovada “Plaza de Mercado la Concordia”, que tem preços mais acessíveis e a autêntica culinária colombiana.

A verdade é que a culinária é democrática em Bogotá e ótimas opções não faltam. Abaixo, dicas de alguns dos melhores restaurantes da cidade:

CNN

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