Conselheiros do Vitória falam sobre a AGE que pode destituir PC

O Vitória terá, no próximo sábado (21), a Assembleia Geral Extraordinária que definirá se Paulo Carneiro, afastado desde setembro do ano passado por gestão temerária (veja aqui), será destituído oficialmente do clube ou não. Na ocasião, os sócios votarão para decidir se PC deve sair. Nesta segunda-feira (16), os conselheiros Hugo Mattos e Victor Mendes explicaram um pouco melhor como funcionará o processo. “É um momento histórico. Já tivemos renúncias, mas nunca uma destituição. Essa AGE é o final de um processo que dura mais de um ano. Teve a apresentação do último recurso do presidente Paulo Carneiro, que pôde se defender, tivemos uma última reunião para julgar um último recurso. Houve um relatório, e o Conselho Deliberativo manteve o afastamento dele e marcou a AGE, que vai definir se ele vai voltar ou se vai ser destituído”, afirmou Hugo, em entrevista ao programa BN Na Bola, da Rádio Salvador FM 92,3, apresentado por Emídio Pinto, Glauber Guerra e Ulisses Gama. Paulo Carneiro foi enquadrado, após apuração de diversas comissões no clube, em três pontos que podem ser classificados como gestão temerária: aplicar créditos ou bens sociais em proveito próprio, vantagem indevida e falta de transparência com os sócio-torcedores. O cartola teria, por exemplo, adiantado remunerações, que totalizam R$ 719 mil, segundo Hugo, e o vice-presidente Luiz Henrique Viana teria passado parte de seu salário – um total de R$ 146 mil – para PC. “Ele receberia a remuneração como presidente do Vitória, e teria sido feito como acordo para receber também do [Vitória] S/A. Em algum momento esse acordo não foi cumprido. Quando a coisa transbordou, precisou se fazer um ajuste. O vice, que tinha feito a opção de não receber a remuneração, quis transferir os créditos para o presidente Paulo. Você não pode ter esse tipo de confusão. Isso não existe. Precisamos ter muito cuidado, não começar a tratar como normal o que não pode ser tratado como normal. Dada a situação de crise que vivemos atualmente, se torna muito mais grave. É disso que está se tratando”, explicou Victor. Além disso, Paulo Carneiro teria utilizado o cartão corporativo do clube sem justificar os gastos, negociado com a a empresa Magnum, que recebeu R$ 3,5 milhões do Leão e praticado outras irregularidades. Todos os relatórios estão no site do clube, na aba transparência. No próximo sábado, o presidente afastado terá a oportunidade de fazer, em 15 minutos, novamente, sua defesa para os sócios. A votação será aberta em três sessões: a primeira às 8h, a segunda às 8h30 e a terceira às 9h. Na visão de Victor, houve até uma demora no processo. “Entendo que foi oferecido todo tempo e possibilidade de defesa para o presidente Paulo. Eu entendo até que deveria ter sido feito em um tempo menor. O nosso estatuto prevê que em caso de gestão temerária deve haver afastamento imediato. Eu acho que já devia ter sido em junho de 2021. E entendo que o processo de AGE deveria ser mais rápido. Foi feita a opção de se oferecer uma amplíssima defesa a Paulo. Agora no sábado, acho que todo sócio com mais de 18 meses tem a obrigação de votar. O sócio tem que ter autoridade para decidir. Temos cerca de 2.400 sócios”, opinou. Caso Paulo Carneiro seja destituído, o estatuto prevê que ele ficará inelegível por sete anos. Como já cumpriu mais de 5/6 do seu mandato, não será necessária a convocação de novas eleições e segue-se a cadeia sucessória. Portanto, o presidente interino Fábio Mota seguirá até o fim do mandato, já que o vice-presidente Luiz Henrique Viana renunciou (veja aqui).Bahia Noticias

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