Bolsonaro diz a ministros que manterá divergência com STF

Em reunião com a equipe de governo, presidente determina à área jurídica que encontre formas de contestar os inquéritos que considera “ilegais”, comandados por Alexandre de Moraes, do STF.

O presidente Jair Bolsonaro deu mostras nesta quarta-feira (8), em reunião ministerial, que está disposto a cumprir a promessa, feita em discurso do Sete de Setembro, de não cumprir determinações vindas do ministro Alexandre de Moraes, titular de inquéritos no STF que apuram a propagação de fake-news e ameaças às instituições. No encontro, Bolsonaro deixou claro que quer medidas jurídicas para contestar a legalidade destes inquéritos, com o objetivo de expor o que considera “uso político no cargo de magistrado”. A ordem é dar combate às investigações comandadas por Moraes, visando seu arquivamento.

O blog apurou que o discurso do presidente preocupou parte dos ministros, apreensivos com a escalada da crise institucional, até o momento, sem sinal de recuo. No entanto, não houve contestação ao comando do presidente, nem espaço para a ponderação sobre os riscos do conflito direto entre Bolsonaro e STF.

“Não é questão de recuar ou não”, disse uma fonte ouvida pela coluna. “Dentro da legalidade, o governo vai contestar descaminhos e ilegalidades desses inquéritos”, completou. O governo nota que muitos juristas dizem que há absurdos cometidos no âmbito desses inquéritos, onde “o acusador é o juiz e o promotor”.

Para este “diálogo” dentro das regras citado pela fonte, estão designados, pelo lado político, Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil, e Bruno Bianco, ministro da AGU, atuando através de medidas jurídicas.

A reunião de hoje teve também a manifestação de vários ministros no sentido de baixar a temperatura. Uma fonte revelou que há um incômodo dentro do governo com uma suposta “leitura dissociada do que de fato aconteceu” nesta terça. Para a fonte, Bolsonaro “não agrediu o STF. Ele se dirigiu a pessoas específicas e não à instituição. O presidente estava se referindo a atos praticados por pessoas isoladas”.

No encontro desta manhã, o cenário econômico desfavorável neste momento, também foi debatido. A bolsa de valores de São Paulo registrou baixas acentuadas. As oscilações foram acompanhados discretamente por auxiliares do presidente que também estavam presentes ao encontro. R7

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